sexta-feira, 6 de abril de 2012

Esforços efêmeros



       Estou definitivamente cansado. Esse cansaço resulta dos começos, fins e recomeços aos quais eu tenho me obrigado a viver e continuar respirando. Depois de um tempo essas coisas parecem tão inúteis que é inevitável questionar se elas são realmente certas. O errado parece apenas um ponto de vista e as experiências justificam minha impressão das coisas. Eu quero seguir o percurso da linha que liga o ponto A ao ponto B, mas sempre há um ponto C querendo formar esses triângulos bizarros... uso essa figura exata porque minha humanidade já foi testada e aparentemente reprovada em tantos níveis que dela restam menos que palavras.
      Ao que me parece, descansar não é mais uma opção. Há essa força que me impele a prosseguir, a ficar dando esses tiros no escuro até acertar um alvo móvel e minúsculo que promete explodir em uma nuvem de felicidade se eu for capaz de encontra-lo. Por quê? Não faço a mínima ideia. Parece até que eu gosto desse mistério. Mas não, o caso é que eu não tenho outra escolha mesmo.

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Ainda é muito cedo? (VideoTease)

Eu sou filho e herdeiro de uma vergonha que é criminalmente vulgar. Sou filho e herdeiro de... nada em particular.
CALA SUA BOCA! Como você pode dizer que eu entendo tudo errado? Eu sou humano e preciso ser amado como todo mundo precisa.
"Então, tem uma boate, se você quiser ir; você pode conhecer alguém que te ame de verdade".
Aí você vai 
e fica lá sozinho
e vai embora sozinho
depois você chega em casa, chora e quer morrer.
Quando você diz "agora vai", a que momento você se refere exatamente?
Olha, eu já estou esperando há uma eternidade
e o que eu tinha de esperanças
já se foi.



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OAKEN

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Seis


Por M. Corydon

          Na terra das Luzes e das ideias Renascentistas, uma história é contada há alguns séculos. Mesmo antes da peregrinação de Maria Madalena a caminho do solo Parisiense, os antigos Gauleses e posteriormente Francos já ouviram falar da história de um monstro. Essa história é sobre um monstro chamado “Seis”.  
          Apossei-me de uma mesa no Café Deux Magots. Un café s’il vous plaît, Um calafrio subiu-me dos pés à cabeça e logo, a imagem do monstro e toda a sua história vieram à tona. As mãos trêmulas e frias lembravam-me os momentos de ansiedade e tensão que sempre sinto antes de qualquer ato libidinoso. 
          O monstro não tem face definida. Ele assume três formas diferentes de mostrar o seu rosto. Ele possui três pares de pernas, seis pés, seis olhos, seis mãos. É deliciosamente assustador presenciar a aparição desse monstro. Há quem diga que o monstro possui configurações distintas, e assim, pode assumir vários comportamentos. É um monstro instável!
          Na configuração MMM, o monstro de seis pés de veludo e seis mãos de seda africana assume um papel mais elegante e o seu ataque é mais romântico, digamos mais suave. Porém avassalador.
Em sua configuração mediana HMH, o monstro assume uma face mais pavorosa, aterrorizante e mais intensa. Seus pés se misturam, assumem texturas mistas, pés suados e grosseiros, tamanhos diferentes, veludo, velcro e borracha.
          Em diversas outras configurações, o monstro vai se transformando, evoluindo, regredindo, tendo posturas diferentes. Quando ele assume a configuração HHH, por exemplo, seu corpo se torna uma montanha de músculos e seus acessos de violência são ininterruptos. Há quem diga que não se pode contrariar o tal monstro, pois com a perda de dois pés ele se torna insustentável. 
          Seis é o nome do monstro. Esse monstro é um conjunto de 3 pares de pernas e braços, suor e prazer. É um monstro sem escrúpulos e de atitude. É um monstro que não causa nenhum dano, mesmo sendo considerado violento em várias configurações. Esse monstro é onipresente, ele sempre aparece quando três pessoas estão dispostas a praticá-lo.

domingo, 4 de setembro de 2011

Excitado (VideoTease)

Por Oaken

Na seção Video Tease, o Diários de Travesseiro trará letras de músicas de uma forma bem diferente. Esta é uma tradução para a letra de 'Aroused', de Tom Vek. Não em versos, mas transformada em texto. Abaixo você confere o clipe, que é sensacional.

ARTISTA: Tom Vek - MÚSICA: Aroused - ÁLBUM: Leisure Seizure
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        Você disse que apenas a última página será lida como a primeira. Agora você está observando os cantos e mostrando os primeiros sinais de amadurecimento. Não estou mais tentando ler você. Apenas folheando-me até o fim do último capítulo. Você parece excitado e desperto, você é a luz acesa.
        Você adormecerá novamente, mas nos seus sonhos estará preso sob elefantes na sala, sendo pisoteado pela manada em movimento. E você partiu nossos corações, mas eles não doem mais. Não doem. Você parece bem excitado e desperto, como a luz acesa.

domingo, 28 de agosto de 2011

Do Pó...


Por Oaken

Tirei minhas roupas velhas. Estavam me causando uma sensação ruim há algum tempo e todos à minha volta já haviam percebido que não mais me caíam bem. Eu sei que há conselhos que não se dá, não por serem inválidos, mas porque existem coisas que só mesmo a vida pode ensinar, e a minha me ensinou a me vestir.
Eu poderia dizer que é melhor andar sem roupas que andar com as que eu joguei fora. Só há pontos positivos nisso: elas serão encontradas por alguém em que elas servirão, e para tal pessoa, serão como novas; e, sem elas, o que há de melhor em mim (minhas tatuagens) estará exposto — ao menos até que eu encontre roupas novas. Mas eu não tenho pressa, pois sei escolher e vou procurar muito bem.
Já me disseram que eu estou melhor assim. Mas ao mesmo tempo em que os elogios me enrubescem as maçãs do rosto, sei que roupas novas podem valorizar muito mais a minha imagem. Porque as roupas são como as pessoas que conhecemos: servem muito bem em determinadas ocasiões, mas em outras, são completamente inadequadas. É claro que há aquelas que a gente não larga, que transpassam os tempos e que caem bem muito mais que as outras: Estas já fazem parte de mim. Já ajudam a compor o que eu sou.
Enquanto vou vivendo, vou adequando meu estilo a cada fase da minha vida, sem nunca me envergonhar, mas buscando sempre a evolução. Não importa quantas vezes eu precise renovar o meu guarda-roupas para isso, eu sempre quererei estar...
Bonito.

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